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Desde o surgimento e a popularidade dos modelos generativos de inteligência artificial (IA), a tecnologia tem sido protagonista em debates que atravessam diferentes setores, sobretudo no mundo corporativo. A IA tem potencial para transformar profundamente o mercado de trabalho, influenciando desde a requalificação de profissionais até a criação de novas formas de gerar renda. Para especialistas, essas transformações representam desafios, mas também grandes oportunidades e devem ser implementadas em 2025.
De acordo com um estudo da IBM, envolvendo mais de três mil executivos de 28 países, quatro em cada dez trabalhadores — o equivalente a 1,4 bilhão de pessoas no mundo — precisarão se requalificar devido à automação e à adoção de tecnologias baseadas em IA. “Essas ferramentas não apenas automatizam tarefas, mas também criam novos padrões de eficiência. Profissionais que não acompanharem essa evolução estarão em desvantagem competitiva”, destaca Thales Zanussi, fundador e CEO do Mission Brasil.
Os cargos de nível básico, segundo o levantamento, são os mais vulneráveis à automação, enquanto funções especializadas ou voltadas para análise estratégica apresentam menor risco. Ainda assim, a integração da IA pode impulsionar significativamente o crescimento das organizações. “Empresas que adotarem a IA de forma estratégica podem crescer até 15% ao ano. Isso demonstra o impacto que a tecnologia terá na criação de valor e na competitividade global”, aponta Zanussi.
Para muitos profissionais, a transformação também significa a necessidade de diversificar fontes de renda. Trabalhos sob demanda e serviços baseados em aplicativos emergem como opções viáveis. “A flexibilidade oferecida por plataformas de renda extra permite aos trabalhadores atender às novas exigências do mercado e, ao mesmo tempo, ganhar autonomia em relação a empregos tradicionais”, completa Zanussi.
Capacitação e Governança: bases para o sucesso
Antes de adotar soluções de IA, as empresas devem estabelecer objetivos claros e avaliar como a tecnologia pode gerar valor real. “A adoção acelerada dessa tecnologia pode levar a um erro comum: acreditar que a solução resolverá todos os problemas”, afirmou Carine Bruxel, Fundadora e CEO da BlueBird.
Embora a IA seja extremamente eficiente em tarefas repetitivas, não pode substituir interações humanas genuínas. Um estudo da PwC revelou que 64% dos respondentes acreditam que a falta de elementos humanos nas comunicações com os usuários compromete a confiança. “Empresas que conseguem equilibrar a automação com interações humanas genuínas conquistam mais confiança e lealdade, tanto de clientes quanto de colaboradores”, reforça Carine.
A implementação bem-sucedida de IA depende de uma governança sólida e capacitação digital. Diretrizes claras sobre privacidade, segurança de dados e responsabilidade ética são fundamentais. “A tecnologia precisa ser transparente e alinhada aos valores humanos e corporativos”, destaca a executiva.
A alfabetização tecnológica também é essencial. Líderes e equipes devem compreender a IA não como um mistério reservado a especialistas, mas como uma ferramenta acessível. “Investir no treinamento dos colaboradores é essencial para que todos estejam preparados para enfrentar os desafios dessa nova era”, pontua.
Valorizando o fator humano em um mundo automatizado
A simbiose entre IA e humanidade é vista como a chave para o futuro do trabalho. Conceitos como “o novo humano” reconhecem a tecnologia como uma ferramenta para potencializar capacidades humanas, sem substituir empatia e criatividade. “A IA alivia tarefas operacionais, permitindo que as pessoas foquem no que realmente importa”, explica Carine.
O cenário de inovações não se limita à adaptação dos profissionais. Diversas empresas estão criando soluções que exemplificam como a IA pode transformar diferentes setores. No próximo dia 10 de dezembro, Geoffrey E. Hinton, pioneiro na área de aprendizado de máquina, será premiado com o Nobel de Física, reforçando a relevância da tecnologia no cenário global. Essa é apenas uma amostra do potencial da IA para moldar o futuro.
No mercado de dados, por exemplo, a Skyone apresentou recentemente o Skyone Studio, um marketplace de IA que integra sistemas como Zoho CRM e SAP B1. Com essa solução, empresas conseguem organizar e preparar dados fragmentados para gerar análises avançadas e automações estratégicas. O marketplace também agrega ativos de IA certificados, ampliando as possibilidades de personalização e eficiência nas operações empresariais.
Na área criativa, a Adobe tem integrado a IA em ferramentas como Photoshop, Premiere e Illustrator. “A integração de IA não só aprimora a experiência do usuário, como também reforça nosso compromisso com a ética e a rastreabilidade dos conteúdos. O lançamento do Content Credentials é um marco nessa direção”, afirma Vitor Aveiro Gomes, gerente de marketing de produto da Adobe na América Latina.
No campo da experiência do cliente, a Zenvia destaca como a IA generativa tem revolucionado setores como varejo, finanças e educação – a personalização tornou-se a chave para o sucesso das marcas. Hoje, 72% dos profissionais de Marketing utilizam IA para criar conteúdos adaptados aos consumidores, o que eleva significativamente os resultados.
Embora os desafios sejam evidentes, o avanço da IA também abre um mundo de possibilidades para profissionais e empresas. “A flexibilidade dos modelos sob demanda permite que trabalhadores diversifiquem suas trajetórias e ganhem relevância em mercados cada vez mais competitivos”, conclui Thales Zanussi.
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