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O registro de ponto é uma das ferramentas que mais se mostra importante, e até vital quando falamos em gestão de pessoas dentro de uma organização. Ele vai muito além de um requisito legal, sendo essencial e imprescindível para assegurar a transparência nas relações de trabalho e o cumprimento da legislação trabalhista. No entanto, sua gestão ou tratamento inadequados pode gerar muito mais problemas, do que benefícios. Ações judiciais, multas e conflitos internos são alguns exemplos do reflexo negativo. Vamos entender melhor os riscos , e cuidados necessários quando atuamos com ponto eletônico.
O controle de ponto não se limita ao cumprimento das formalidades legais. Ele desempenha um papel central em diversos aspectos do ambiente de trabalho, como, por exemplo:
O registro correto assegura que a jornada de trabalho, intervalos e descanso semanal remunerado sejam devidamente registrados e respeitados, evitando infrações à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) , o que por si só já é uma imensa vantagem, não abrindo margem para reclamatórias, processos e autuações em geral.
O controle preciso permite que o trabalhador tenha assegurado todos seus direitos de forma correta, como o pagamento de horas extras, adicional noturno , e outros direitos decorrentes de sua jornada, o que, além de acréscimo financeiro na vida do empregado, também melhor a relação entre empresa x empregado promovendo confiança e satisfação no ambiente de trabalho.
Um registro de ponto consistente é uma evidência crucial em caso de disputas trabalhistas. Ele ajuda a proteger a empresa de acusações de descumprimento de leis ou de pagamentos indevidos, sendo uma das principais ferramentas utilizadas nessas situações.
A análise dos registros de ponto contribui para o planejamento de escalas, gerenciamento de horas extras e controle da produtividade, otimizando os recursos humanos e financeiros da organização, sevindo também como uma ferramenta de alerta, onde é possível identificar sobrecargas, turn over ou outras situações que exijam atenção em determinados setores ou equipes.
A negligência no controle de ponto pode causar prejuízos financeiros e danos à reputação da empresa, além de contribuir para uma má impressão na relação de trabalho existente. Entre os principais riscos, podemos incluir:
Erros nos registros ou ausência de controle podem levar a ações judiciais movidas por colaboradores. Na Justiça do Trabalho, a falta de controle de ponto pode ser interpretada em favor do empregado, resultando em multas e condenações onerosas, mesmo que não sejam devidas, pois a ausência não pode ser comprovada.
O descuido no registro ou a percepção de manipulação nos dados pode gerar desconfiança entre os funcionários, reduzindo o engajamento e comprometendo a produtividade, pois os mesmos podem se sentir prejudicadas ou mal remunerados.
Auditorias do Ministério do Trabalho e Emprego podem identificar irregularidades, como sistemas de ponto não homologados, registros incoerentes ou não correspondentes à realidade da jornada. Isso pode resultar em penalidades severas, além de abrir margem par fiscalizações mais recorrentes.
Falhas na manutenção do ponto comprometem a capacidade da empresa de planejar escalas de trabalho e controlar custos, especialmente em setores que demandam gestão intensiva de pessoal ou planejamento prévio de escalas e folgas.
O “ponto britânico” é o termo utilizado para descrever registros de ponto que apresentam horários exatos e repetitivos no dia a dia, como 8h00, 12h00, 13h00 e 18h00, sem qualquer variação. Embora inicialmente pareça um sinal de organização e métrica correta, essa prática pode ocultar irregularidades graves e representar um risco jurídico significativo.
Entre os principais problemas do ponto britânico, os mais conhecidos são: Indício de Manipulação, horas Extras Não Pagas, Multas em Fiscalizações.
Para evitar problemas, as empresas devem adotar uma abordagem responsável e transparente na gestão do controle de ponto, bem como contar com uma equipe treinada para avaliar, tratar e interpretar o ponto de maneira inteligente, responsável e ágil. Algumas recomendações incluem:
Seja manual, mecânico ou eletrônico, o sistema de controle de ponto deve ser homologado pelo Ministério do Trabalho (no caso de sistemas eletrônicos) e estar em conformidade com as regras estabelecidas na Portaria 671/2021.
Educar os funcionários sobre a importância do registro correto e evitar práticas como registrar o ponto para colegas ou omitir intervalos, sempre reciclando todos por meio de treinamentos e medidas educacionais que visem a melhoria do processo.
Realizar auditorias frequentes nos registros para identificar inconsistências e corrigir erros antes que gerem problemas maiores.
Garantir que os horários reflitam a realidade da entrada, saída e intervalos, mesmo que haja pequenas variações, demonstrando transparência e comprometimento com as normas.
A correta gestão do registro de ponto é uma responsabilidade compartilhada entre empregadores e empregados. Quando conduzido de forma ética e conforme a legislação, ele fortalece as relações de trabalho, protege a empresa contra riscos jurídicos e garante o cumprimento dos direitos dos colaboradores, além de facilitar o processo de apuração do departamento pessoal ou contabilidade.
Práticas como o ponto britânico devem ser evitadas, e a empresa deve investir em sistemas confiáveis e em políticas de conscientização para mitigar riscos e manter um ambiente de trabalho justo e sustentável. A transparência no controle de ponto não é apenas uma questão legal, mas uma demonstração de respeito e compromisso com todos os envolvidos na organização.
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